Aconteceu o que eu temia: sofri assalto com minha bebê no carro.

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Sempre tive medo de duas coisas: esquecer minha filha no carro e ser assaltada com ela na cadeirinha. Infelizmente fui vítima da segunda situação e, como eu temia, foi assustador!

Em uma segunda-feira chuvosa em Belo Horizonte, fui buscar Catarina, as 19:30h, na casa dos meus irmãos, que fica no bairro Gutierrez. Após prendê-la ao bebê conforto e passar o cinto de segurança, fomos abordadas, junto com meu cunhado, por três bandidos armados.

No instante, passa tanta coisa na cabeça, que um segundo parece uma hora. Eu só roguei a Nossa Senhora para não levarem minha filha e segurei firme a chave do carro, enquanto pedia a eles para deixarem eu retirá-la. Um dos assaltantes respondeu ríspido: “anda logo”. E eu, mesmo trêmula, pensei em duas situações: se conseguisse retirar o cinto, eu puxava o bebê conforto com ela ou, se não tivesse êxito, entraria correndo no carro para não a levarem sozinha.

Já sofri outros assaltos, mas não a mão armada, e nunca fiquei tão “calma”! Acredito que pelo fato de envolver Catarina, tive que pensar friamente na decisão que tomaria.

Graças a Deus consegui soltar o cinto, colocar a bolsa por cima da Catarina e retirar tudo junto com o bebê conforto. Daí entreguei a chave do carro e saí correndo com meu cunhado para dentro do prédio.

A descarga emocional foi tão forte, que só consigo sentir gratidão por ter minha filha ao meu lado, sã e salva! Foi tão intenso o medo que senti, que ainda estou estarrecida com o fato e não fico tranquila em dirigir sozinha com ela.

Catarina não chorou na hora, mas ficou agarrada comigo, sem aceitar qualquer outro colo até a hora de dormir.

Colocar um bebê na cadeirinha não é rápido e por isso, mães com filhos pequenos são vulneráveis aos assaltos, como vemos na mídia, frequentemente.

Depois do ocorrido, fica algumas dicas que recebi da polícia e de mães que passaram a mesma situação:

  • Na hora de colocar o bebê na cadeirinha do carro, sempre olhe ao redor para conferir se não há pessoas suspeitas observando ou se aproximando.
  • Entre no banco de trás com seu filho no colo e tranque o carro até que você consiga prendê-lo na cadeirinha ou bebê conforto. Depois, pule para o banco da frente. Apesar de incômodo, é mais seguro que você ficar do lado de fora, exatamente como fui abordada.
  • Procure estacionar em lugares movimentados como shopping, estacionamentos, entre outros.
  • Nunca se esqueça de trancar as portas dos passageiros e deixar os vidros bem fechados.
  • Se for buscar seu filho em algum lugar no qual tenha de esperá-lo, não fique dentro do carro. Saia, tranque o veículo e aguarde num local próximo até que ele chegue.
  • Em caso de assalto não reaja e tente obedecer às ordens deles e falar tudo que você está fazendo em voz alta.

E essa tal liberdade feminina?

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As mulheres ainda sofrem muito preconceito. Evoluímos sim, mas falta muito…

Dr. Drauzio Varella destacou em palestra para mães, que as mulheres conquistaram o direito de trabalhar e votar, mas não a liberdade! Ainda somos julgadas pela sociedade machista, tolhidas sexualmente e responsabilizadas, integralmente, pelas tarefas domésticas. O homem tem o papel de “ajudar” na casa e criação dos filhos, enquanto a mulher enfrenta dupla, até tripla jornada, trabalhando fora e dentro do lar.

No mercado de trabalho somos mal remuneradas, mas igualmente exigidas. E olha que somos capazes de entregar até mais, dada a capacidade de executar múltiplas tarefas, ao mesmo tempo.

Quando exercemos a maternidade (sabendo que gerar uma vida é dádiva do sexo feminino e garante a existência da raça humana), somos cobradas sem condicionantes, questionadas quanto a capacidade de conciliar a vida profissional com a função de mãe e, querendo ou não, assumimos as consequências: pressões desproporcionais, viagens que impõe a distância dos filhos pequenos e até demissões.

Quando fazemos a opção por dedicar, exclusivamente, à criação dos filhos, somos interrogadas e, novamente, julgadas. Fora as críticas que o mundo faz àquelas mulheres que não desejam casar ou ter filhos.

Essa realidade me impõe reflexão diária. Me cobro como mãe, pois sinto responsável por transmitir os ensinamentos pela igualdade de gênero, independente de criar meninos ou meninas.

O livro de Nívea Salgado  –  “Meninos gostam de azul, meninas gostam de rosa. Ou não?”- é um bom instrumento para auxiliar os pequenos no entendimento dessa questão. Ela também é mãe de uma Catarina e assina o blog: www.mildicasdemae.com.br .

O bebê pela cidade

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Temos o péssimo hábito de planejar viagens para conhecer lugares diferentes e interessantes, quando nem percorremos todos os cantos da cidade que vivemos.

Moro em Belo Horizonte há mais de vinte anos e amo essa capital que me acolheu tão nova, aos 14 anos.

Escolhi ter minha filha em BH e desde bem bebê gosto de apresentá-la à sua cidade natal! É importante criar vínculo e identidade com seu lugar de origem.

Atém de praças lindas, a capital mineira tem muita história para contar por meio de seus monumentos, arquitetura e arte! O site http://www.belohorizonte.mg.gov.br/ tem várias informações sobre o que acontece em BH.

A Praça da Liberdade, e todos os museus que atualmente a cercam, fazem parte da infância da Catarina.   O Parque Municipal, com seus brinquedos tradicionais, incluindo passeio de burrinho e barco, foram cenário do nosso último feriado em família. Também faço questão de aproveitar outros espaços públicos, como as praças e ruas do nosso bairro.

Ainda que Catarina não tenha recordação de todos os momentos vividos nesses cenários, o registro e as histórias farão parte da sua vida, estreitarão seus laços afetivos com suas raízes e serão importantes para sua formação enquanto cidadã.

Seminário Internacional de Mães

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É muito bom ser mãe, mas não é tarefa fácil. A frase parece clichê, mas os elementos que compõe a afirmativa, geralmente, são tratados entre amigas e familiares, ou seja, no âmbito informal e privado.

No último final de semana tive o prazer de participar do Seminário Internacional de Mães, que aconteceu em São Paulo. A terceira edição desse fórum democrático e de discussão verdadeira, expôs a maioria dos sentimentos que nos aflige. (http://www.seminariodemaes.com.br/)

Dentre os temas abordados, está a saúde da mulher e o Dr. Drauzio Varella palestrou sobre a dificuldade em cuidar de nós mesmas, principalmente depois da maternidade, considerando a realidade social que mantém a responsabilidade pelos trabalhos domésticos a cargo do sexo feminino, e pelo fato de nos doarmos a família e aos filhos, esquecendo de nós.

Estela Renner, diretora do filme “O começo da vida”, relatou suas experiências durante as filmagens, colocando o sentimento comum, dos pais que entrevistou em diversas partes do mundo: o desejo de um mundo melhor para seus filhos. Ela se colocou em defesa das licenças maternidade e paternidade para formar cidadãos melhores, porque só quando a criação de filhos for prioridade para a sociedade, teremos seres humanos mais seguros e amorosos.

Tina Bryson, psicoterapeuta e autora do Best Seller “Disciplina sem drama”e “O Cérebro da Criança” propôs soluções, cientificamente comprovadas, para minimizar o sofrimento dos pais com as terríveis “birras”.

Falaram abertamente do quanto é complicado, estressante, desgastante e louco exercer o papel de mãe. Marcos Piangers tratou, entre outras coisas, da incompreensão e julgamento social sobre as mulheres que, em decorrência da maternidade, não dormem, se atrasam no trabalho, estão constantemente cansadas e, claro, assustadas com a fardo dessa função.

A presença de mães com 1, 2, 3, 4, 5, 6 e até 7 filhos garantiu a permuta constante de experiências entre tantas mulheres e 9% de homens que pensam e querem uma realidade diferente para seus filhos.

Amei participar, ouvir, falar, aprender… enfim, trocar sentimentos nesse evento!

São de fóruns assim que as mães precisam para que suas vozes sejam ouvidas. Parabéns a todos os envolvidos!

Comendo com a família

catarina comendoA introdução alimentar inicia aos 4 meses para os bebês que não amamentam no peito e aos 6, para os que mamam, exclusivamente, o leite materno. Após 12 meses, a criança deve comer “a comida da casa”. Pelo menos é essa a opinião de muitos pediatras e nutricionistas.

Mas como introduzir esse cardápio familiar à rotina do seu bebê?

Catarina tem 1,4 anos e mamou, exclusivamente, até 5 meses e meio, quando oferecemos a primeira banana. Após algumas semanas, vieram as papinhas salgadas, bastante diversificadas.

Ela também não apresentou dificuldades em aceitar a mamadeira, seja com o leite materno, que oferecia a noite (sempre tirava meu leite pela manhã, pois tinha receio de eu não chegar a tempo para alguma mamada), até a fórmula, que ela iniciou aos 10 meses. Ela só desmamou com 1,1 anos.

Mas depois de um aninho, a rotina alimentar da Catarina não tem sido tão fácil como foram as primeiras papinhas. Ela não aceita os diferentes “temperos” e quando sai da rotina da semana, não come bem a comida de sal. A comida com texturas “mais rígidas” também não agrada tanto.

Em restaurantes já tentamos, sem sucesso. Ela recusa até o arroz com feijão e, com isso, temos optado por sair com a “marmitinha” dela.

Quando viajamos para Orlando (já fiz um post contando o drama) ela não aceitou a comida de sal e, de lá para cá, recusa qualquer refeição que não seja preparada em casa ou no berçário, e já demonstra preferência pela comidinha da vovó!

Sou da opinião que a comida do bebê deve ser saudável e preparada no dia, mas com minha rotina, que concilia maternidade e trabalho, nem sempre é possível preparar a refeição em casa.

Além disso, acredito que é bom a criança adaptar a outros sabores até para dar autonomia a ela e, claro, tranquilidade aos pais! Hoje me arrependo de não ter incluído, gradativamente, outros temperos, além do alho e cebola e até de não ter oferecido as papinhas prontas quando ela iniciou a alimentação, pelo menos um dia da semana. Apesar do sabor não ser o mais agradável, são preparadas com critérios de higiene e acredito que teria ajudado nessa fase.

Mas não desisto de oferecer tudo que comemos a ela, inclusive pão, queijos, massas e comida mais temperada. A ideia é “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.”